No início das aulas a professora de Língua Portuguesa, Betânia Coelho leu um conto aos alunos, da autora Lygia Fagundes Telles "Venha ver o pôr-do-sol. Em seguida solicitou aos alunos que escrevem um conto que também tivesse um final surpreendente como o da autora.
A aluna Bruna Cattoni, 8º ano 01 produziu o texto em questão.
Venha Ver o
Pôr-do-sol
Uma Linda
moça, educada, mais muito pobre, vivia com sua família, ela era uma filha
dedicada, e ela vivia naquele tempo que as moças era prometidas para seus
futuros maridos, antes mesmo de nascer. Então Maria aos 15 anos já estava
comprometida, ela não amava seu futuro marido, mas como era obediente, fez a
vontade de seus amados pais.
Sua mãe mesmo
sendo pobre era uma dama, mas ela tinha um lado que ninguém sabia, mesmo sendo
uma dama tinha seu lado misterioso, na casa havia um quarto que ninguém, além
de dona Constância, mãe de Maria, podia
entrar, só ela podia entrar naquele quarto. Todos os filhos dela queriam saber o
que havia lá, mas como todos da casa obedeciam dona Constância, ninguém se
atrevia a perguntar.
Maria era
curiosa, mas era uma menina muito culta, certinha, ia a igreja com seus pais e
irmãos todos os domingos. Na igreja as mulheres sentavam num lado e os homens
no outro, as mulheres usavam lenços na cabeça, um mais lindo que o outro,
alguns de rendas, outros tecidos, mas como Maria era muito pobre seu lenço era
de um tecido fino, um dos mais baratos
daquela época.
Conforme os
anos iam passando, Maria ia conhecendo cada vez mais seu futuro marido. Todos
os dias eles iam passear no campo, mas sempre junto com o pai de Maria, pois
naquele tempo não era permitido que as moças saíssem sozinhas na presença de um
homem. O namoro era bem diferente, quando uma moça e um homem iam para um
baile, a família ia junto ou pelo menos o pai. Então cada dia eles iam se
aproximando mais. Mas numa bela manhã, Brunek e seus pais foram visitar Maria e
sua família. Chegando, eles se cumprimentaram, as damas foram para a sala e os
homens para o jardim, assim podiam conversar tranquilamente.
O sogro de
Maria trouxe uma péssima notícia aos pais de Maria. O moço que ela iria se
casar, estava indo para o seminário, mesmo amando Maria, tinha outro sonho. Então
os pais de Maria pediram uma quantia em dinheiro, pois seu Afonso (ex-sogro de
Maria) tinha quebrado a trato de alguns anos atrás, e os homens naquela época
levavam a palavra e a honra muito a sério. Então Maria acabou perdendo o
namorado; ela até que ficou feliz com
essa notícia, mas não demonstrava, pois seus pais ficaram tristes.
Maria tocou
sua vida em frente, até conhecer Vicente. Ele era um polaco moreno, alto, de
olhos azuis. Quando eles se conheceram, foi amor a primeira vista. Mas havia um pequeno problema nessa história:
a mãe de Maria tinha preconceito, não admitia pessoas negras ou morenas na
família. Seu pai até gostou do moço, mas sua mãe...
Como Maria
não podia encontrar-se com o moço perto de seus pais, toda vez que sua mãe
precisava de alguma coisa da mercearia, Maria ia comprar as coisas, pois quando
ia lá, encontrava seu amado Vicente. Até que um dia os dois começaram a namorar
escondido, só os pais de Vicente sabiam que eles estavam namorando. Eles não
eram muito de acordo, mas o amor de Maria e Vicente eram tão lindo que eles
acabaram aceitando. E esse amor foi
crescendo cada vez mais e mais. Até que um dia Vicente pediu Maria em
casamento. Maria ficou com medo pois não sabia o que ia acontecer, então foi
para sua casa e contou para sua mãe, que ficou muito brava e começou a berra.
Maria nunca tinha visto sua mãe assim. Então sua mãe totalmente diferente,
pegou ela pelos cabelos e arrancou um tacho de cabelos enrolados e loiros. Depois
dos berros de dor de Maria, sua mãe pegou ela pelo braço com muita força e
virou ele, jogou no chão de seu quarto e a trancou lá. Passaram-se alguns dias
e Maria continuava trancada no quarto, de tanto chorar passou algumas noites em
claro. O que mais a assustava eram os barulhos que vinham do final do corredor,
do quarto proibido. Ela escutava berros e palavras que ela tinha ouvido falar,
e nem entendia o que significava. Então Maria já estava um mês sem ver Vicente.
Um dia de
manhã, Maria pode sair do quarto para receber a visita que havia em sua casa. Quando
chegou lá era o Brunek, a quem estava prometida em casamento; ele havia voltado
para ficar com Maria, mas ela já estava comprometida com Vicente. Então ao
saber da notícia Maria não disse nada, apenas saiu correndo para o seu quarto.
A noite sua mãe foi acertar as contas com Maria, o seu pai com pena, levou de
madrugada ela para a casa de seu amado Vicente. No outro dia, dona Constância
levantou e foi ao quarto de Maria, e não a encontrou. Mal pode dizer nada,
Maria bateu na porta com seu futuro marido (Vicente) e seus cunhados. Constância
abriu a porta e Maria mesmo sem entrar disse:
- Mãe vou me
casar com Vicente, queira você ou não. Então dona Constância arregalou os olhos
e deu de dedo em sua filha dizendo:
- Case-se,
mas irá se arrepender! Fechando a porta em sua cara.
Então chegou
o dia do casamento, Maria estava muito triste, pois sua mãe e seu pai não a
abençoaram e nem compareceram ao seu casamento. Passaram-se alguns meses e
Maria engravidou. Sua mãe não foi visitá-la. No hospital um pouco antes de sua
filha nascer, quando Maria estava quase ganhando o bebê, sua mãe apareceu na
janela e disse:
- Eu te
avisei! E desapareceu.
Maria se
assustou um pouco, mais não deu muita bola. Quando nasceu sua primeira filha,
ela viveu apenas cinco minutos e morreu. Ela ficou muito triste, chorava
direto. Após alguns anos, Maria ficou gravida novamente, e ainda não falava com
sua mãe. Então na hora do parto de sua segunda filha, sua mãe apareceu na
janela e disse:
- Eu te
avisei! E desapareceu.
Então após a
criança nascer, os médicos encontraram uma deficiência na pequena menina que
nasceu. Maria batalhou e criou essa menina com muito amor e carinho. Somente
depois de Maria ter três filhas, ela e sua mãe fizeram as pazes.
Depois de
alguns anos, sua mãe morreu, e sua casa foi demolida. Até hoje ninguém sabe o
que dona Constância fazia naquele quarto.
Fim.
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