sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

No início das aulas a professora de Língua Portuguesa, Betânia Coelho leu um conto  aos alunos, da autora Lygia Fagundes Telles "Venha ver o pôr-do-sol. Em seguida solicitou aos alunos que escrevem um conto que também tivesse um final surpreendente como o da autora. 

A aluna Bruna Cattoni, 8º ano 01 produziu o texto em questão.


Venha Ver o Pôr-do-sol

Uma Linda moça, educada, mais muito pobre, vivia com sua família, ela era uma filha dedicada, e ela vivia naquele tempo que as moças era prometidas para seus futuros maridos, antes mesmo de nascer. Então Maria aos 15 anos já estava comprometida, ela não amava seu futuro marido, mas como era obediente, fez a vontade de seus amados pais.
Sua mãe mesmo sendo pobre era uma dama, mas ela tinha um lado que ninguém sabia, mesmo sendo uma dama tinha seu lado misterioso, na casa havia um quarto que ninguém, além de dona Constância, mãe de Maria,  podia entrar, só ela podia entrar naquele quarto. Todos os filhos dela queriam saber o que havia lá, mas como todos da casa obedeciam dona Constância, ninguém se atrevia a perguntar.
Maria era curiosa, mas era uma menina muito culta, certinha, ia a igreja com seus pais e irmãos todos os domingos. Na igreja as mulheres sentavam num lado e os homens no outro, as mulheres usavam lenços na cabeça, um mais lindo que o outro, alguns de rendas, outros tecidos, mas como Maria era muito pobre seu lenço era de um tecido  fino, um dos mais baratos daquela época.
Conforme os anos iam passando, Maria ia conhecendo cada vez mais seu futuro marido. Todos os dias eles iam passear no campo, mas sempre junto com o pai de Maria, pois naquele tempo não era permitido que as moças saíssem sozinhas na presença de um homem. O namoro era bem diferente, quando uma moça e um homem iam para um baile, a família ia junto ou pelo menos o pai. Então cada dia eles iam se aproximando mais. Mas numa bela manhã, Brunek e seus pais foram visitar Maria e sua família. Chegando, eles se cumprimentaram, as damas foram para a sala e os homens para o jardim, assim podiam conversar tranquilamente.
O sogro de Maria trouxe uma péssima notícia aos pais de Maria. O moço que ela iria se casar, estava indo para o seminário,  mesmo amando Maria, tinha outro sonho. Então os pais de Maria pediram uma quantia em dinheiro, pois seu Afonso (ex-sogro de Maria) tinha quebrado a trato de alguns anos atrás, e os homens naquela época levavam a palavra e a honra muito a sério. Então Maria acabou perdendo o namorado;  ela até que ficou feliz com essa notícia, mas não demonstrava, pois seus pais ficaram tristes.
Maria tocou sua vida em frente, até conhecer Vicente. Ele era um polaco moreno, alto, de olhos azuis. Quando eles se conheceram, foi amor a primeira vista.  Mas havia um pequeno problema nessa história: a mãe de Maria tinha preconceito, não admitia pessoas negras ou morenas na família. Seu pai até gostou do moço, mas sua mãe...
Como Maria não podia encontrar-se com o moço perto de seus pais, toda vez que sua mãe precisava de alguma coisa da mercearia, Maria ia comprar as coisas, pois quando ia lá, encontrava seu amado Vicente. Até que um dia os dois começaram a namorar escondido, só os pais de Vicente sabiam que eles estavam namorando. Eles não eram muito de acordo, mas o amor de Maria e Vicente eram tão lindo que eles acabaram aceitando. E  esse amor foi crescendo cada vez mais e mais. Até que um dia Vicente pediu Maria em casamento. Maria ficou com medo pois não sabia o que ia acontecer, então foi para sua casa e contou para sua mãe, que ficou muito brava e começou a berra. Maria nunca tinha visto sua mãe assim. Então sua mãe totalmente diferente, pegou ela pelos cabelos e arrancou um tacho de cabelos enrolados e loiros. Depois dos berros de dor de Maria, sua mãe pegou ela pelo braço com muita força e virou ele, jogou no chão de seu quarto e a trancou lá. Passaram-se alguns dias e Maria continuava trancada no quarto, de tanto chorar passou algumas noites em claro. O que mais a assustava eram os barulhos que vinham do final do corredor, do quarto proibido. Ela escutava berros e palavras que ela tinha ouvido falar, e nem entendia o que significava. Então Maria já estava um mês sem ver Vicente.
Um dia de manhã, Maria pode sair do quarto para receber a visita que havia em sua casa. Quando chegou lá era o Brunek, a quem estava prometida em casamento; ele havia voltado para ficar com Maria, mas ela já estava comprometida com Vicente. Então ao saber da notícia Maria não disse nada, apenas saiu correndo para o seu quarto. A noite sua mãe foi acertar as contas com Maria, o seu pai com pena, levou de madrugada ela para a casa de seu amado Vicente. No outro dia, dona Constância levantou e foi ao quarto de Maria, e não a encontrou. Mal pode dizer nada, Maria bateu na porta com seu futuro marido (Vicente) e seus cunhados. Constância abriu a porta e Maria mesmo sem entrar disse:
- Mãe vou me casar com Vicente, queira você ou não. Então dona Constância arregalou os olhos e deu de dedo em sua filha dizendo:
- Case-se, mas irá se arrepender! Fechando a porta em sua cara.
Então chegou o dia do casamento, Maria estava muito triste, pois sua mãe e seu pai não a abençoaram e nem compareceram ao seu casamento. Passaram-se alguns meses e Maria engravidou. Sua mãe não foi visitá-la. No hospital um pouco antes de sua filha nascer, quando Maria estava quase ganhando o bebê, sua mãe apareceu na janela e disse:
- Eu te avisei! E desapareceu.
Maria se assustou um pouco, mais não deu muita bola. Quando nasceu sua primeira filha, ela viveu apenas cinco minutos e morreu. Ela ficou muito triste, chorava direto. Após alguns anos, Maria ficou gravida novamente, e ainda não falava com sua mãe. Então na hora do parto de sua segunda filha, sua mãe apareceu na janela e disse:
- Eu te avisei! E desapareceu.
Então após a criança nascer, os médicos encontraram uma deficiência na pequena menina que nasceu. Maria batalhou e criou essa menina com muito amor e carinho. Somente depois de Maria ter três filhas, ela e sua mãe fizeram as pazes.
Depois de alguns anos, sua mãe morreu, e sua casa foi demolida. Até hoje ninguém sabe o que dona Constância fazia naquele quarto.
Fim.
(História baseada em fatos reais) 

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